Futebol nos anos 60 e 70
Algumas pessoas discordam, dizendo que naquela época o jogo era lento e outras coisas mais, mas para mim a grande diferença está no meio-campo, ou seja, a parte sensível da espinha dorsal de um time de futebol.
Naquele tempo todos os times usavam o 4-2-4, com raras exceções comoFluminense que utilizava Telê pela direita fazendo o terceiro homem e oBotafogo que utilizava Zagallo pela esquerda fazendo a mesma função.
O Corinthians tinha Edson Cegonha, depois Tião e Rivelino. O Santos tinha Zito (depois Lima e Clodoaldo) e Mengálvio (depois Lima). O São Paulo nos anos 60 trocou tanto o meio de campo que não daria para enumerar. Somente nos anos 70, com a vinda de Chicão, Gérson e Pedro Rocha conseguiram formar um bom meio-campo. O Palmeiras tinha Zéquinha e Chinesinho, que foram substituídos por Dudu e Ademir da Guia.
Seu Olegário (Dudu) chegou da Ferroviária para o Palmeiras e os torcedores ficaram cismados com aquele rapaz franzino e muitos duvidaram de sua permanência no clube. Quando assumiu a posição de Zequinha o futebol de Dudu apareceu. Ele fazia a cobertura dos dois laterais e ainda era o líbero na frente dos zagueiros.
Ademir da Guia veio do Bangu, trazido por seu pai, o grande Domingos da Guia, tido por muitos como o melhor beque central que o Brasil teve. Passados 4 ou 5 meses seu pai veio visitá-lo e ficou surpreso ao ver o filho na reserva. Ademir então disse ao pai: “assista ao treino e veja o Chinesinho jogar. Ele parece mágico, o seu domínio da bola é espetacular“. Mas passados alguns meses Chinesinho foi vendido para o Catania da Itália e Ademir assumiu o posto de titular.
Ademir da Guia foi um jogador magistral. Tido por muitos como lento, Ademir tinha passadas longas, parecia um bailarino, seus pés pareciam que nem no chão tocavam e quando partia com a bola quase sempre deixava os atacantes palestrinos na cara do gol, que o digam Gildo, Edu Bala, Ademar Pantera, César Maluco, Nei e muitos outros.
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